terça-feira, 22 de setembro de 2009

EXPOSIÇÃO - MATISSE NA PINACOTECA DE SÃO PAULO

Referência do século 20 e do fauvismo

Henri Matisse

No dia (5), a Pinacoteca do Estado (região central) inaugurou "Matisse Hoje", exposição individual de uma das maiores referências das artes do século 20, o francês Henri Matisse (1869-1954). Esta é a primeira vez que São Paulo recebe uma exposição do artista.

A mostra --que faz parte da programação oficial do Ano da França no Brasil-- reúne 80 obras do artista, entre esculturas, desenhos, fotos, documentos e livros ilustrados vindos de coleções públicas e particulares do Brasil e da França. A ideia é apresentar traços característicos do processo criativo do artista, como a combinação única e intensa de cores, linhas e espaço.

Obras de cinco artistas franceses contemporâneos, influenciados pelo universo matissiano, também integram a mostra --Cécile Bart, Christophe Cuzin, Frédérique Lucien, Pierre Mabile e Philippe Richard.

Pertencentes ao acervo da Pinacoteca, trabalhos dos brasileiros Beatriz Milhazes, Rodrigo Andrade, Paulo Pasta, Dudi Maia Rosa, Felipe Cohen e Waltércio Caldas também fazem parte de "Matisse Hoje".


Pinacoteca do Estado - pça. da Luz, 2, Bom Retiro, região central, São Paulo, SP. Tel.: 0/xx/11/3324-1000. Até 1º/11. Ter. a dom.: 10h às 17h30 (c/ permanência até as 18h). Ingr.: R$ 6 (grátis aos sábados). Classificação etária: livre

quinta-feira, 17 de setembro de 2009








ESSE AMOR
(Luz... Porto)

Meu amor, manso riacho,
Tem o volume do Amazonas,
A extensão do Nilo.
Corre por vales, despenhadeiros,
Corta florestas, matas e desertos.
Corredeira para o aventureiro,
Leito de morte para o suicida.

Meu amor, tão volumoso e extenso,
Tão viajado, erudito, cobiçado,
às vezes, como o velho Chico,
Seca, escasseia, quase morre.
Conhece as agruras do sol escaldante,
Sente a indiferença dos que por ele passam,
Vão a miséria às suas margens
E cala-se num choro sem lágrimas.

Meu amor, pororoca barrenta,
Fenomeno ancestral da natureza,
Força que traz a vida
E pode a tudo destruir, desolação.
Esse amor que me assusta
Eu o guardo numa caixinha de fósforos
Para que não te petrifiques,
Para que não fujas ao vê-lo.

Esse amor, diante de ti,
Semi-cerra os olhos, encolhe-se, tí­mido,
E escorre por entre teus dedos
Longos, finos, delicados,
Incapazes de retê-lo, de aceitá-lo
E penetra em silêncio
Nas fendas das pedras musguentas
No solo árido de teu ser.
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